PRÉ0CUPADA apresenta:
Liberdade 0.5 – uma celebração que vai além das festividades habituais que pretende levar o público a refletir sobre o verdadeiro significado da liberdade num mundo cada vez mais digital, debruçamo-nos sobre a paradoxal persistência de uma liberdade ilusória e os desafios da alienação.
Vão ser dois dias, 24 e 25 de abril, imersos em intervenções que combinam arte, cultura, música e debate, essenciais para fomentar a reflexão, a discussão e o convívio.
PROGRAMA
24 abril
19h00 *
Inauguração das Exposições:
VICE VERSA, de Ana Almeida Pinto; e SO THAT EACH MARCH I MAY GLEAM INTO LEAF, de Inês Ferreira;
&
Recriação de Video «As Armas e o Povo», de Maria Ramalho e Pedro Grenha
&
Apresentação da peça emblemática da campanha LIBERDADE FEMININA 2.5
*disponíveis ao público durante o dia 24 e 25 de abril
20h00
Jantar “Cozido da Panela”
*Reservas até dia 21 abril
22h00
Concerto Frik.Sao
25 abril
13h00
Mesa Posta
Convidamos a comunidade a sentar-se à mesa neste dia de liberdade. Tragam as vossas iguarias para partilhar, nós garantimos a boa sopa portuguesa.
15h00
Debate Aberto: 25 de abril – Planear uma revolução sem NET?!
com: Júlio Henriques; Tiago Mesquita Carvalho; e A. Jeremias
18h30
Apresentação do livro Auto das Águas, de Tiago Mesquita Carvalho.
19h00
2.5.0 – poesia, fashion, live podcast e som – AKA BIRU
INFORMAÇÕES
Debate Aberto: 25 de abril – Planear uma revolução sem NET?!
Curadoria: Guilherme Serôdio e Maria Ramalho
A Revolução de Abril foi possível recorrendo a um conjunto de estratégias de comunicação clandestina. As sociedades humanas sempre se organizaram em movimentos de oposição quando foi necessário combater o terror ou a opressão, mas hoje tais combates parecem inimagináveis sem o recurso ao mundo digital, surgindo os activistas bem apetrechados de «armas» metamorfoseadas em «smartphones» disparando «balas» através das redes sociais.
E se for outra vez necessário planear uma tão bela revolução como a de Abril, usando os meios de comunicação criados por quem tudo sabe e tudo controla?
Apresentações a cargo de:
Júlio Henriques, editor, tradutor e escritor de livros de poesia e ficção; refratário à Guerra Colonial, participou em França no movimento de oposição ao regime colonial-fascista português e em colectivos franceses e portugueses.
Tiago Mesquita Carvalho, formado em engenharia, filosofia do ambiente e tecnologia, com atividades literárias e de tradução, tendo entrado também num grupo de performance sonora.
A. Jeremias, nómada, engenheiro informático, envolvido em projectos colectivos e de auto-defesa digital para dissidentes.
Exposições, Recriação & Instalação
VICE VERSA, de Ana Almeida Pinto
A liberdade é uma estrutura recíproca. Uma balança que pende entre o que me sustém e o que amparo, entre o que desconheço e o que me informa, entre o querer e o poder.
Sou Eu tanto quanto sou Outro, na exponencial multiplicação do que me/nos constitui.
SO THAT EACH MARCH I MAY GLEAM INTO LEAF, de Inês Ferreira
A apropriação de um espaço existente, através da inserção de “cutouts” feitos com recortes de pinturas a óleo, que aos poucos a artista entrelaçou no espaço do claustro do Convento de S. Francisco. Gradualmente compondo a instalação, criando lugares de intimidade, que pela sua dimensão e cores, se assemelha a uma “natureza tropical” que se mistura e convida a uma experiência íntima, espacial, visual e sonora. Colaboração com passarumacaco numa sessão de improviso de trompet live e loopstation.
Recriação do Vídeo «As Armas e o Povo», de Maria Ramalho e Pedro Grenha
Partindo dos registos de Glauber Rocha no filme «As Armas e o Povo», produzido em 1975 pelo «Colectivo de Trabalhadores da Actividade Cinematográfica». Glauber Rocha (1939-1981), um dos fundadores do «Cinema Novo» brasileiro, tinha 35 anos quando filmou a Revolução em directo nas ruas de Lisboa, revelando «um Povo a cores» como nunca se tinha visto em Portugal!
LIBERDADE FEMININA 2.5 – Apresentação da peça emblemática da campanha desenvolvida pela fashion designer Milene Batista, marca MAIRU, e a Doa Vesso (duá vêssou), arte e vismo. Um corpete vermelho, símbolo de uma apropriação estética e uma perversão da própria peça, que outrora objetificava as mulheres e que é tida aqui como símbolo de independência, autonomia, rebelia, e arte. Onde a sensualidade é tida como um culto de si mesma, auto-estima e valorização dos atributos do ser mulher. E uma faixa branca, desvirgindada, pelos patches aplicados em serigrafia. Patches que retratam perspectivas de um pré e de um pós, revolução de Abril. A exibição desta peça será acompanhada por um trabalho sonoplástico e audiovisual, desenvolvido pela outL0g. E logs, rasgos poéticos, a que Alexandre Akabiru chama de Ndalas, explorados em várias dimensões e expressões artísticas. Registros da sua viagem a caminho de NDALATANDA
Concerto & Performance
Frik.São é um projeto de música, performance e vídeo que se materializa em carne, numa aparição que é sempre única. Uma bomba de força disruptiva, que quer desafiar convenções estabelecidas e incitar à reflexão e ao debate.
2.5.0 poesia, fashion, live podcast e som – AKA BIRU
A caminho de NDALATANDA, nome de seu novo projecto artístico, Alexandre Aka Biru, passa agora pelo Convento de São Francisco, pela segunda vez. E desta, entre rasgos poéticos, a que o mesmo chama de Ndalas, e construções sonoras no seu estilo GhetoGumbe – trilhas sonoras que compõem e complementam, a paisagem visual desta mesma viagem – traz-nos um olhar sobre o 25 de Abril, após 50 anos do fim da ditadura em Portugal. Um live podcast, chamado iBoomBox, onde se convida a intervenção do público presente, e um fashion statement em formato de instalação e exposição, peças de roupa transformadas em peças de arte e vismo, em colaboração com outL0g (lê-se outlaw), uma comunidade que usa as suas valências criativas com o intuito de fazer tilt no eixo global e causar um shift positivo neste e noutros mundos.
outL0g,
isto não é. um poema.
Registos por Tiago Fróis
- Eventos