O Cine Escouralense foi espaço de exibição de filmes, de espetáculos de variedades, de bailes, de casamentos, de festas da escola…foi local de entretenimento, de convívio e de namoro, namorava-se muito no cinema nem que fossem só trocas de olhares. A trajetória e a memória deste espaço, situado na vila de Santiago do Escoural, são trazidas pelas gentes que o viveram.

Embora não reconhecido desta maneira pelos habitantes da vila, é símbolo arquitetónico e cultural dos anos 40 do século XX pelo que o edifício representa de vanguardismo para a época – vale a pena destacar que este cinema não só marca um estilo de construção como foi construído só para ser cinema. Nas décadas de 40, 50 e 60 do século XX, o cinema mostrou o seu apogeu, sendo concorrente de outros cinemas como o Rádio Cine, em Montemor-o-Novo. Na sua tela passariam filmes nacionais e estrangeiros. 

Na década de 80, o prestígio do cinema foi-se apagando até ser completamente desativado; desse tempo resta o edifício, onde figuras ilustres do mundo do cinema e do teatro fizeram sucesso. Hoje, o seu nome continua cravado no betão, sem possibilidade de esquecimento. As lembranças dos tempos do cinema persistem na voz e no olhar dos que o percebem como “lieux de mémoire”, como um espaço onde se solidifica a memória individual e coletiva, como um ponto de encontro e de convívio.

Hoje, fica a esperança de poder reviver este espaço; hoje, fica a dúvida em relação ao seu futuro.

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