No seguimento da convocatória – TIJOLO (2025), as propostas selecionadas para integrar a Residência Artística na Associação, durante 4 semanas no mês de maio, apresentação agora, no dia 31 de maio, o seu projeto final ao público.

Maria Rodionova Loram, com o projeto Built to Break, explica:

Forma
Instalação escultórica de parede, composta por quatro partes:

1. Tijolos recompostos colados com barro reaproveitado, fixos numa estrutura metálica
   
2. Azulejos cerâmicos experimentais que alteram a composição estrutural
   
3. Capas de tijolo ocos
   

Conceito
Os tijolos existem por uma razão: construir paredes. Toda a sua existência é definida por esse propósito — servir como unidades de separação, proteção e lógica estrutural. Mas o que acontece quando esse propósito é questionado, interrompido ou invertido?

Neste projeto, reinvento o tijolo não como um bloco de construção, mas como um símbolo dos sistemas internalizados — as estruturas mentais e emocionais que construímos para criar uma sensação de ordem, lógica e proteção.

Há algo de inerentemente antinatural na rigidez estrutural — na mente a forçar-se a entrar em sistemas, regras e conceitos. E, no entanto, construímo-los de qualquer forma. Muitas vezes, estas paredes mentais existem para nos proteger — não da chuva ou do vento, mas da dor emocional. Mas, ao tentar proteger, acabam também por isolar.

Utilizando tijolos partidos colados com barro, azulejos de teste que mostram como os componentes internos afetam a decomposição da superfície, capas de tijolos ocas e tijolos montados numa grelha metálica soldada — exploro o que significa construir a partir do que já está quebrado. A própria grelha, rígida e metálica, torna-se uma gaiola simbólica: uma estrutura por trás da estrutura, revelando até que ponto tentamos manter tudo unido.

Em última instância, esta obra explora a ilusão da permanência. Todas as estruturas, por mais sólidas que sejam, acabam por ruir. O ciclo de nascimento e colapso não é um acidente — é uma lei.