CAMINHAS MULTIDISICIPLINARES
LINHA OESTE / LINHA NORTE / LINHA SUL

A edição de 2024 do Evento Cidade Pré0cupada traz 3 caminhadas que pretendem levar os participantes à descoberta de espaços e lugares que convencionalmente não são ocupados no nosso quotidiano, oferecendo uma programação que junta caminhadas, arte e ciência.

LINHA OESTE

23 JUNHO

A primeira caminhada da Cidade Pre0cupada, leva o público a embarcar num passeio de redescoberta e apreciação cultural. Esta caminhada inicia nos antigos lavadouros públicos, um espaço historicamente significativo, onde a vida comunitária se entrelaçava através das histórias e dos encontros diários. Durante esta caminhada, os participantes terão a oportunidade de conhecer o trabalho  realizado pela Oficinas do Convento, que se dedica à preservação e valorização do património cultural e social da região. Culmina com um concerto inesquecível num jardim esquecido, um espaço que, apesar de estar fora das rotas convencionais, guarda uma beleza singular e uma atmosfera contemplativa.

Nesta caminhada irás encontrar:

Flávio Rodriques com o projeto “Residuário”
“Residuário” integra como continuidade o projeto-mãe “Laivos | Ante improvisos e ressonâncias” de Flávio Rodrigues. Consiste numa série de ações em torno da construção e composição de dispositivos expositivos, em que materiais e objetos respigados ou outras pesquisas associadas a uma procura/encontro intuitivo se tornam forças cerimoniais.
Neste projeto, Flávio recolheu uma série de 120 azulejos, construídos manualmente há mais de dez anos, mas guardados e empacotados sem função aparente no Telheiro da Encosta do Castelo. Os azulejos, que foram ao longo do tempo atravessados pela chuva, sol e pelo contacto com vegetações, ganharam particularidades que foram, ao longo do processo de criação, olhadas, tratadas e evidenciadas através do cuidado e da atenção dada. Estes azulejos são a matéria usada para construir uma linha escultórica no chão do Paço dos Alcaides do Castelo. A construção projeta um gesto potencialmente coreográfico e atribui à linha um estado associado ao momento presente, moldando-se e metamorfoseando-se à presença e movimentações de quem observa, do clima, das paisagens circundantes e, claro, às sensações que vivem no próprio performer.

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Concerto Norberto Lobo
Um dos mais acarinhados músicos aparecidos neste país ao longo das últimas duas décadas, Norberto Lobo é – primordialmente – um guitarrista cujo trabalho tem vindo a revelar uma minúcia, sentido de descoberta e criatividade inesgotáveis ao longo de diversos álbuns e inúmeras aparições ao vivo. De discos como Pata Lenta ou Muxama que povoam já o nosso imaginário colectivo a um sentido de risco que o leva a experimentar caminhos com banda – como no mais recente Estrela – ou em colaborações com Montanhas Azuis (com Bruno Pernadas e Marco Franco), Oba Loba, Naná Vasconcelos, Akira Sakata, entre muitos outros.
Assente tanto no fingerpicking da tradição americana de nomes como John Fahey ou Robbie Basho, como na pureza melódica de Carlos Paredes, na liberdade harmónica do jazz ou na hipnose da ragga e outras músicas de elevação, a música de Norberto Lobo é hoje algo muito seu, sempre fascinante e em busca de novas formas. Presenciá-lo a solo é sempre um acontecimento especial, um vislumbre das suas criações em tempo real. Aqui a cruzar clássicos do passado com projecções do futuro.

Início: Centro de Investigação Cerâmica 
Hora: 18h00
Duração: Aproximadamente 2h00


LINHA NORTE


26 JUNHO

Através de histórias e de um olhar profundo sobre locais emblemáticos e a sua arquitetura, os participantes são convidados a percorrer a zona histórica da cidade, onde vão poder assistir a concertos ao vivo em locais que contam histórias sem falar. Esta junção de música ao vivo e descoberta histórica e literária cria uma experiência única e imersiva, convidando todos a vivenciar Montemor através de um novo olhar

Nesta caminhada irás encontrar:

Roteiro Levantado do Chão
A equipa do Roteiro Literário Levantado do Chão (Município de Montemor-o-Novo) propõe aos viajantes uma visita a dois locais com referência na obra Levantado do Chão, de José Saramago. Aqui vamos conhecer um pouco da história de Germano Vidigal e de José Adelino dos Santos, dois trabalhadores montemorenses assassinados pelo regime fascista, a quem José Saramago dedicou o romance Levantado do Chão.

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Ricardo Martins
Distraimento ouve-se com a despreocupação que se propõe no título, mas apenas em parte faz jus ao esforço aqui colocado: a natureza de Ricardo Martins traduz-se num relaxamento que resvala o ligeiro, mas que é fruto de um virtuosismo controlado e de arte tornada artesanato, de prática, de guilda, e de dedicação. Da faixa de abertura “Morder os Dentes” até ao single, que fecha o LP, “Alvor”, há minúcia na utilização da percussão, da textura acima da melodia, e no timbre como guia musical neste novo capítulo — e toda a certeza é depositada nas cadências, mais recortadas, dispersas mas nunca hesitantes, com a eletrónica a servir de possibilidade expansiva.

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Bruno Chaveiro
Bruno Chaveiro tem 30 anos e apesar de ter nascido na Suiça, considera-se alentejano de Montemo-o-Novo, onde ainda hoje reside e de onde são todas as suas raízes familiares. Depois de vários anos a acompanhar outros artistas em concertos e nas mais prestigiadas Casas de Fado de Lisboa, em 2017, Bruno começa uma viagem pela composição quando, percebe que tem vontade de partilhar as suas criações e as suas músicas preferidas com o público. Com várias formações, Bruno Chaveiro leva a sua Guitarra por um caminho audaz, passando pela tradição do Fado, pela música popular, tocando no jazz e assumindo as suas criações, com imenso talento e a irreverencia própria da juventude.

Início: Junta de Freguesia Nossa Srª da Vila
Hora: 18h00
Duração: Aproximadamente 2h00


LINHA SUL


27 JUNHO 

Pre0cupados, saìmos á descoberta do Rio Almansor, dos seus ecossistemas e geologia mágica, num passeio de fim de tarde em que seremos acompanhados de performances, instalações artísticas, e toda uma comunidade que procura entender, proteger e desfrutar deste ex-libris da cidade até hoje tão negligenciado. Vamos caminhar devagar e com atenção, deixar que o rio nos anime as conversas e os esqueletos, mergulhar na música, na arte e na importância de, juntos, sonhar, viver e reimaginar o nosso rio.

Nesta caminhada irás encontrar:

Sérgio Carronha
Instalação de troncos de árvore contendo palavras escritas dirigidas ao rio, ás águas doces da chuva e do subsolo. As mensagens escritas em madeiras de árvores contém desejos, intenções, princípios para respeitar e restabelecer equilíbrios com o elemento vital água.

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Nuno Torres e João Silva“Variações sobre o negativo – estudo II”
Explorando diferentes níveis de interação entre os seus instrumentos, os dois músicos imergem num estudo de performance e de experimentação sónica, estilizando e dissecando, em quadros distintos, diversos recursos estilísticos e técnicas expandidas de interpretação.

João Silva | Trompete
Trompetista, professor e investigador. A sua carreira, eclética e multifacetada, centra-se particularmente na esfera da interpretação do repertório contemporâneo do instrumento, tendo tocado em alguns dos mais importantes festivais e salas de concerto por toda a Europa. Nos últimos anos, desenvolveu um particular interesse pela música para trompete e eletrónica, género que tem aprofundado e explorado, trabalhando em conjunto com compositores e realizando frequentes recitais em Portugal e no estrangeiro. João dedica-se também, de forma ávida, à improvisação, participando em diversas performances de música experimental, frequentemente combinando elementos multimédia e cruzamentos multidisciplinares.

Nuno Torres | Saxofone
Músico e artista sonoro. Com um percurso na pesquisa do saxofone explorando uma ampla gama de material sonoro recorrendo a técnicas estendidas. Promove e colabora com vários projectos na área das artes sonoras e dos novos media e, tem cooperado em diversos projetos cruzando as áreas da dança e das artes plásticas. Participa em diversos ensembles na área da música improvisada, experimental e reducionismo, onde colaborou entre outros com Ernesto Rodrigues, Sei Miguel, Rafael Toral, Axel Dörner, Gustavo Costa, Adriana Sá, C Spencer Yeh e Shiori Usui. 

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Sara Anjo
“Performance Paraíso” propõe aflorar num gesto firme e veloz os movimentos das pedras. Irá decorrer num local cuja a pedra move-se há cerca de 350 milhões de anos, dando lugar a um geomonumento, um local com formações geológicas de grande valor estético, cultural, ecológico e científico, ou seja, o paraíso na terra.
Criação e Interpretação Sara Anjo

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Ícaro Dias da Silva
(Instituto Dom Luiz – FCUL; Projeto “Montemor-o-Novo, Terra de Migmatitos)
O lugar dos Migmatitos do Rio Almansor no coração de Pangeia”

Início: Ermida de São Pedro da Ribeira
Hora: 18h00
Duração: Aproximadamente 2h00
Parceria com a Associação AMORA

Inscrição obrigatória até dia 24 de junho 

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23, 26 E 27 JUN 2024

OFICINAS DO CONVENTO

Gratuito