Inspirado pelas práticas de cerâmica do Algarve, o projeto-instalação “Dance Floor” materializa um episódio do documentário ficcional “Raverina” (2023), desenvolvido por Carolina Garfo em Loulé. No filme, descreve-se um ritual/procissão em que os habitantes de Alsobio levam tijolos em carroças e à mão até à orla do mar. Quando a maré sobe, a água entra nos tijolos e produz uma melodia, a qual convidava a chuva a banhar Alsobio, marcando o início da temporada das danças “Rave”.
Esta instalação materializa a narrativa audiovisual, junta contextos, técnicas tradicionais de construção, o ciclo pluvial e a crise climática ou rituais tradicionais. A peça explora também a intersecção entre som e cerâmica, pesquisa já desenvolvida por Carolina Garfo. A residência conta com a colaboração dos artistas Artur Pispalhas e Andrea Mainardi.
A Investigação inicia-se com a pesquisa sobre técnicas de fabricação, experimentação inicial e produção dos tijolos com apitos embutidos com diferentes formas e pastas cerâmicas, que serão sonorizados através de água. Primeiro, será realizada uma fase de testes em que se analisará os resultados e se farão os ajustes necessários. A segunda fase da pesquisa tem por objetivo criar os primeiros mecanismos de ativação sonora dos tijolos, com tubagens, diferentes pressões de água, etc.
Terminada a fase de pesquisa, inicia-se a execução dos tijolos para cobrir a área total de 3m2 para a instalação. Nesta fase também será desenhada e construída uma piscina (contentor de água – base dos tijolos) e a prototipagem e testes técnicos para a criação de uma máquina que simula ondas do mar.
Em estado work in progress, será feita uma mostra aberta ao público no final de Novembro, nas Oficinas do Convento.
A instalação final será mostrada na British Cerâmica Biennal 2025.
O “Dance Floor da Raverina ” é um projeto com apoio à criação artística da Fundação Calouste Gulbenkian.
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