Ar no MAr

cinema | convento de S. Francisco | 18:00

ar no mar

Um poema VISUAL. As relações entre o pensamento artístico da escultora Virgínia Fróis, e uma comunidade de oleiras, mulheres, em Cabo Verde, no pequeno lugar de Trás di Munti, na Ilha de Santiago.

O mar, o céu e o azul que nos une.

Obra “AR NO MAR”

“…o errante, o que já não é viajante, nem descobridor, nem conquistador, procura conhecer a totalidade do mundo e sabe já que nunca conseguirá fazê-lo – e que é aí que reside a beleza ameaçada do mundo”

Edouard Glissant in Poética da Relação

Edouard Glissant fala-nos de uma linha de grilhetas no fundo do mar, uma rota feita com vidas afundadas. Brancusi no Monumento Tîrgu-Jiu (1938) lembra os mortos da 1ª Guerra, tornando presente para todos esse acontecimento em defesa do Rio Jiu.

Hoje assistimos aos desastres no mar, náufragos sem ar para respirar, homens sem direitos e a deportação de emigrantes da Europa.

O trabalho parte do modo de fazer da olaria, os potes para água como uma ideia/contentor uma forma circular em rotação. Criamos tubos para o ar no mar, contentores/coluna, formas que se abrem e fecham gerando um movimento em espiral infinito ligando o submerso e o emerso, um Axis mundi.

Em Janeiro do ano de 2014, durante aproximadamente um mês, a comunidade de oleiras de Trás di Munti, participou, numa iniciativa de carácter artístico, com a escultora Virgínia Fróis. O resultado desse encontro foi a criação de uma série de peças, que ao serem empilhadas resultam no conjunto escultórico, Ar no Mar.

Realização: Pedro da Conceição
Sonoplastia e banda sonora: João bastos