Ilhas – uma constelação de Sara Anjo

“Ilhas – uma constelação” aborda o imaginário da viagem e da geografia insular, partindo da ideia que ilha é um corpo rodeado de mar e vive embalado pela alternância das marés. O seu mar espelha o céu, e a ilha é uma espécie de estrela. Não é um acaso que as ilhas, quando são desenhadas em mapas ou quando são captadas por imagens de satélites, se parecem com constelações e convidam ao imaginário do fantástico. Desde há muito que o território insular é palco de fascinantes viagens e fundamental para pensar as mais exuberantes utopias e as mais obscuras distopias.

Esta peça explora a coreografia e o movimento numa relação intrínseca com a sonoplastia. Desenvolve uma paisagem sonora através de feedbacks, gravações de campo feitas nas Ilhas da Madeira, Desertas e Selvagens e exercícios vocais com base no movimento da respiração do corpo.

Sara Anjo (1982, Funchal) no seu trabalho coreográfico questiona-se sobre “O que nos move?”. Desenvolve um teatro sónico, onde explora o espaço performativo na sua dimensão sonora. Criou “Ninguém Sabia Contar Aquela História”, um espectáculo sobre o feminino em colaboração com 6 artistas (BoxNova CCB 2011); “Paisagens Líquidas” (Teatro do Silêncio 2012); “Em Forma de Árvore” (Negócio-ZDB 2016) e “Sacro” (Negócio-ZDB 2018). Participou no projecto “Caminhar” do Teatro do Silêncio (2012-19) e colaborou com Teresa Silva em “Oráculo” (2020) e Michelle Moura em “Nós Aqui Neste Passinho” (2019).
Formou-se em dança pela Academia de Dança Contemporânea (2001). Fez licenciatura em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras de Lisboa (2008); pós-graduação em Arte Contemporânea pela Universidade Católica de Lisboa (2011). Tem mestrado em coreografia pela Das Graduate School de Amesterdão (2016).