Instalação / vídeo / fotografia
Esta exposição site specific está integrada no projecto TERITORIALIZAÇÃO, iniciado em 2023, este projecto parte de uma pergunta: “Como os humanos ocupam o território?”
Partindo desta premissa levantam-se várias questões:
Qual o conceito de território? Qual o grau de objetividade / subjetividade quando estabelecemos um conceito de território? Como mudou o conceito de território ao longo da história? Qual a perceção territorial para locais e estrangeiros? Como é que as estruturas construídas pelo homem afetam a paisagem? Como a vida vegetal e animal reinterpreta e ressignifica estruturas em utilização ou abandonadas?
Podemos continuar a acrescentar temas a esta lista. As questões relacionadas com “território” ramificam-se de forma infinita e universal.
Em 2023, durante uma residência artística, comecei a documentar a aldeia de Casa Branca. O produto final dessa residência materializou-se numa exposição de fotografia e video num dos edifícios não habitados da aldeia. Neste processo, começaram a surgir novas perguntas: Como ocupamos este território? Como ocorre a ressignificação dos espaços? Como são envolvidas as comunidades? Como resultam esses processos colaborativos com as comunidades já estabelecidas?
O caso particular da aldeia ferroviária de Casa Branca é apenas um exemplo, entre muitos, que existem no interior alentejano e estremadura espanhola.
O Alentejo e a Estremadura espanhola partilham de bastantes similaridades. A desertificação demográfica, as populações que tendem em migrar para as grandes cidades, são lugares comuns.
Por outro lado, os preços de habitação e custo de vida têm vindo a aumentar nas grandes cidades, tornando demasiado dispendioso habitá-las. Já há alguns anos que se tem vindo a registar movimentações, de algumas populações urbanas, para meios rurais de forma a acomodarem os seus ideais de qualidade de vida.
Esta populações urbanas, que se movimentam para estes lugares, tendem em ocupar territórios desertificados. Com a sua chegada a estes locais, e a necessidade de os adaptar a formas de vida mais contemporâneas, estas populações migrantes tendem a dar uma nova utilização as estruturas existentes. (exemplo: um armazém agrícola transforma-se num espaço de coworking)
Para mim é muito importante documentar e refletir sobre estas questões. Como nos apropriamos do território? Qual a definição do termo território? Como é que a ressignificação dos lugares convive com a cultura autóctone? Ressignificar um território significa apagar os vestígios anteriores? Ou por outro lado, será que se apresenta com a única solução possível de preservar as memórias culturais e etnográficas desse território? A desocupação dessas estruturas e a consequente exposição a erosão e agentes naturais, leva inevitavelmente á degradação do património material e consequentemente imaterial desse território.
- Cidade Pre0cupada
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30 JUN 2024
OFICINAS DO CONVENTO
HORÁRIO
15H00
LOCAL
CASA BRANCA