EXPOSIÇÃO “POSTCARDS FROM CASA BRANCA”
SERGIO BRÁZ DE ALMEIDA

Instalação / vídeo / fotografia

Esta exposição site specific está integrada no projecto TERITORIALIZAÇÃO, iniciado em 2023, este projecto parte de uma pergunta: “Como os humanos ocupam o território?” 

Partindo desta premissa levantam-se várias questões: 

Qual o conceito de território? Qual o grau de objetividade / subjetividade quando estabelecemos um conceito de território? Como mudou o conceito de território ao longo da história? Qual a perceção territorial para locais e estrangeiros? Como é que as estruturas construídas pelo homem afetam a paisagem? Como a vida vegetal e animal reinterpreta e ressignifica estruturas em utilização ou abandonadas? 

Podemos continuar a acrescentar temas a esta lista. As questões relacionadas com “território” ramificam-se de forma infinita e universal. 

Em 2023, durante uma residência artística, comecei a documentar a aldeia de Casa Branca. O produto final dessa residência materializou-se numa exposição de fotografia e video num dos edifícios não habitados da aldeia. Neste processo, começaram a surgir novas perguntas: Como ocupamos este território? Como ocorre a ressignificação dos espaços? Como são envolvidas as comunidades? Como resultam esses processos colaborativos com as comunidades já estabelecidas? 

O caso particular da aldeia ferroviária de Casa Branca é apenas um exemplo, entre muitos, que existem no interior alentejano e estremadura espanhola. 

O Alentejo e a Estremadura espanhola partilham de bastantes similaridades. A desertificação demográfica, as populações que tendem em migrar para as grandes cidades, são lugares comuns. 

Por outro lado, os preços de habitação e custo de vida têm vindo a aumentar nas grandes cidades, tornando demasiado dispendioso habitá-las. Já há alguns anos que se tem vindo a registar movimentações, de algumas populações urbanas, para meios rurais de forma a acomodarem os seus ideais de qualidade de vida. 

Esta populações urbanas, que se movimentam para estes lugares, tendem em ocupar territórios desertificados. Com a sua chegada a estes locais, e a necessidade de os adaptar a formas de vida mais contemporâneas, estas populações migrantes tendem a dar uma nova utilização as estruturas existentes. (exemplo: um armazém agrícola transforma-se num espaço de coworking) 

Para mim é muito importante documentar e refletir sobre estas questões. Como nos apropriamos do território? Qual a definição do termo território? Como é que a ressignificação dos lugares convive com a cultura autóctone? Ressignificar um território significa apagar os vestígios anteriores? Ou por outro lado, será que se apresenta com a única solução possível de preservar as memórias culturais e etnográficas desse território? A desocupação dessas estruturas e a consequente exposição a erosão e agentes naturais, leva inevitavelmente á degradação do património material e consequentemente imaterial desse território. 

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30 JUN 2024

OFICINAS DO CONVENTO

HORÁRIO
15H00

LOCAL
CASA BRANCA

GRATUITO