
PIANOFORTE é um projeto cultural de longa duração (2025–2027), iniciativa da Associação Oficinas do Convento em coprodução com o Município de Montemor-o-Novo, o Cine-Teatro Curvo Semedo e a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses. Assume-se como um programa interdisciplinar que articula música, artes visuais, património e experimentação, ancorado na exploração do piano enquanto instrumento histórico, objeto escultórico e campo de investigação sonora.
O nome PIANOFORTE convoca múltiplas camadas de sentido. Remete, por um lado, ao fortepiano, precursor do piano moderno, criado por Bartolomeo Cristofori, e à sua capacidade de produzir sons suaves e fortes. Por outro, evoca o termo italiano piano enquanto “chão” ou “plano térreo”, sugerindo um alicerce comum para práticas artísticas partilhadas. O projeto celebra, simultaneamente, o legado deixado por Ulf Ding, músico e luthier residente em Montemor-o-Novo até à sua morte em 2023, cuja obra permanece como referência central.
PIANOFORTE nasce a partir de um legado e transforma-o em proposta. A partir do espólio físico e simbólico deixado por Ulf Ding, o projeto articula referências históricas e experimentais:
- A relação com John Cage e a tradição da música experimental, onde o piano preparado se torna metáfora de reinvenção;
- A incorporação dos princípios da música experimental, explorando técnicas e sonoridades não convencionais;
- O diálogo com a sonoscultura, fundindo som e escultura em criações que combinam objetos, mecanismos e paisagens sonoras.
O projeto PIANOFORTE é, fundamentalmente, um tributo a Ulf Ding (1963–2023), músico, pianista, musicoterapeuta e luthier que viveu durante décadas em Montemor-o-Novo. Reconhecido pela sua mestria na afinação e restauro de pianos, fundou uma empresa dedicada à construção e reparação de instrumentos musicais, deixando no concelho uma marca duradoura. Para além do seu trabalho artesanal, participou ativamente na vida cultural local, colaborando em festivais como o Músicas do Mundo e o Artes à Rua, e integrando a banda Dingdumaran. A sua ligação ao território ficou ainda documentada em séries como O Fogo e as Cinzas, registo sensível da devastação de um incêndio que atingiu a herdade onde residia. O seu legado, feito de som, memória e comunidade, constitui o alicerce a partir do qual este projeto se expande.

Programa de atividades
2025
Recital de Piano “Ding-Ding, Meu Amigo”
por Amílcar Vasques Dias
Oficina para Transformação de um Piano
“Escutar com as Mãos” por Pedro Ferreira
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