
Entre os meses de março e abril a Oficinas do Convento acolhe duas Residências Artísticas, integradas no projeto Cerâmicas do Mundo – Índia. Um projeto cultural e de intercâmbio artístico que explora a tradição escultórica dos Velar – artesãos do sul da Índia especializados na criação de esculturas monumentais de terracota dedicadas ao deus Ayyanar.
Foram convidados 3 Velar de Tamil Nadu * – Palanisamy, Meyyar e Karthik – para viajarem até Portugal e realizarem uma residência artística nas Oficinas do Convento, na companhia de Liliana Velho convidada para estabelecer um diálogo entre a tradição indiana e a sua linguagem artística.
Os Velar são uma comunidade de artesãos ceramistas do estado de Tamil Nadu, Índia que criam objetos utilitários, além de esculturas de terracota a ofertar a várias divindades em templos a céu aberto do Sul da Índia e Sri Lanka.
Palanichamy Tharmaligam Velar (1961, Tamil Nadu)
Com décadas de experiência, é um Mestre na modelação e cozedura das monumentais esculturas tradicionais ao deus Ayyanar, tendo realizado inúmeras peças votivas, encomendas privadas e participado em eventos por toda a Índia e internacionais, como Coreia do Sul, Grécia e Suécia.
Meyyar Rengasamy Velar (1977, Tamil Nadu)
É outro guardião das práticas cerâmicas Tamil. Produz obras votivas e privadas dedidando-se também ao ensino e transmissão destas técnicas em workshops e eventos para o público adulto e infanto-juvenil, um pouco por toda a Índia. Em 2025 recebeu o Prémio do Estado de Tamil Nadu, para as Artes e Ofícios.
Karthik Meyyar Velar (2000, Tamil Nadu)
O mais jovem dos três, simboliza a continuidade e a renovação dessa tradição milenar. Tem um Mestrado em Química, mas continua a trabalhar com a família na produção de terracotas. Juntos, Palanichamy, Meyyar e Karthik são um testemunho vivo da resiliência cultural dos Velar.
Liliana Velho (1985, Portugal)
Vive e trabalha em Viseu. Licenciou-se em Escultura na FBAUL, em 2009, e possui o mestrado em Artes Visuais pela ARCA, Coimbra, em 2012. É doutoranda em Artes Plásticas na FBAUP. Desde 2015, expõe regularmente, em exposições individuais e coletivas, colaborando com outros artistas. Dedica-se à escultura, sendo o barro o material mais importante na sua prática, além do desenho e da instalação.
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